
Quando a internet chegou àquela comunidade,
que abriga em torno de 400 guaranis, há pouco mais de 4 anos, por meio
de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em
parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela
Embratel, Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz. Ele
conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de
documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da
cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet
e da computação para eles está expressa num caso de rara incorporação: a
do vocabulário. Veja o que conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI:
Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou: “A gente não está querendo chamar computador de computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram “aiú irú rive”, que significa “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos, que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela).
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