Novidades tecnologicas: a internet.
Desde os princípios da Humanidade que a preocupação em desenvolver formas e mecanismos de comunicação entre indivíduos foi fundamental para o desenvolvimento da espécie. Desde cedo o Homem compreendeu que em grupo tinha muito mais hipóteses de sobrevivência. Para comunicar com os outros elementos do grupo desenvolveu mecanismos de comunicação, rudimentares no início porque essencialmente gestuais e mais elaborados com o uso da oralidade. A comunicação à distância só foi verdadeiramente possível com o aparecimento e progresso da escrita. Mas a velocidade do meio escrito é ainda hoje lenta se comparada com a de outros meios de comunicação, mesmo tendo evoluído muito os mecanismos de distribuição de correspondência. Só no século XIX, com a invenção do telégrafo, foi possível comunicar à distância de forma mais rápida usando formas não escritas, o que foi conseguido codificando os caracteres do alfabeto sob a forma de impulsos eléctricos. Depois veio o telefone, a rádio, a televisão, o telex, etc. Mas a grande revolução das comunicações aconteceu com o advento dos computadores. Com estes foi possível melhorar radicalmente os serviços já existentes (fax, rede digital de telefones, telefones celulares, televisão de alta definição), bem como criar novos meios de comunicação (por fibras ópticas de alta velocidade, via satélite, etc.). O passo mais decisivo resultou da percepção de que os computadores em conjunto eram ainda mais úteis do que isolados. Algo, afinal, semelhante ao que o Homem descobriu logo nos seus primeiros tempos, e que lhe permitiu a sua sobrevivência e progresso até aos nossos dias. Neste capítulo expoêm-se as capacidades de processamento e de armazenamento de informação no computador bem como o seu uso como meio de comunicação no ensino, pesquisa e divulgação da Física e da Química, as disciplinas que estão na base de todos os desenvolvimentos tecnológicos mais modernos. No Verão de 1969, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos iniciou um projecto designado por Communications Network of the Advanced Research Projects Agency (ARPANET). Um pequeno grupo de cientistas norte-americanos, incluindo Vicent Cerf, Steve Crocker e Jon Postel, começou então a mudar o futuro das comunicações. Tinham um objectivo: permitir que a comunidade científica estivesse unida tecnologicamente apesar de geograficamente separada. Pensaram então construir uma rede de computadores para os investigadores dos Estados Unidos partilharem as suas ideias e os seus trabalhos [26]. O plano inicial consistia na ligação em rede de quatro locais (nós): a Universidade da Califórnia em Los Angeles, a Universidade da Califórnia em Santa Barbara, o Instituto de Investigação de Stanford e a Universidade de Utah. O primeiro nó era na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Foi necessário desenvolver software e hardware para enviar a informação de uns nós para outros, assegurando que ela chegava ao destino correcto. A primeira demonstração oficial teve lugar em 21 de Novembro de 1969. Foi efectuada uma ligação entre um computador na Universidade da Califórnia em Los Angeles e um outro a centenas de quilómetros, no Instituto de Investigação de Stanford. Foi um acontecimento histórico, mas a única recordação visual reside na memória daqueles que lá estavam. Segundo Steve Crocker, não estava presente nenhum fotógrafo, nem lhe ocorreu que lá devia estar um. Esta rede foi o início da Internet, a rede mundial de computadores que depois se tornou imensamente popular.

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